"Um agricultor adquiriu o seu
primeiro cavalo e todos os habitantes da zona se aproximaram para o felicitar. «Como
deve estar orgulhoso de possuir um cavalo tão magnífico!» diziam todos. Mas o
agricultor, sabendo algo sobre a importância da igualdade, limitou-se a sorrir
e a dizer: «Veremos.»
Pouco depois, o cavalo saiu do
estábulo e correu para o campo. Os moradores tiveram pena do agricultor. «Que
terrível tragédia! Que grande perda! Como poderá recuperar-se de uma coisa
assim?»
Mais uma vez, o agricultor
limitou-se a sorrir e a dizer: «Veremos.»
Tinha passado menos de uma semana
quando o agricultor acordou e descobriu que o cavalo tinha regressado,
acompanhado de dois cavalos selvagens. Com a maior facilidade, ele guiou-os até
ao estábulo e fechou a porta. Os aldeões mal podiam acreditar no que tinha
acontecido. «Isto é uma sorte incrível! É um motivo de grande celebração! Quem poderia
imaginar que tal coisa fosse possível?»
Claro que o agricultor se limitou
a sorrir e a dizer: «Veremos.»
O filho dele começou a domar os
dois cavalos selvagens. Era um trabalho perigoso durante o qual ele caiu de um
dos cavalos e partiu uma perna. Isto aconteceu pouco antes da colheita e, sem a
ajuda do filho, o agricultor enfrentou grandes dificuldades na safra. «Que
sofrimento deve ser enfrentar uma tão grande dificuldade», disseram-lhe os
aldeões. «Perder a ajuda do seu filho num momento como este, existem poucas
desgraças maiores.»
«Veremos» foi tudo o que disse o
agricultor.
Pouco dias depois, o exército
imperial enviou tropas a todas as aldeias para reunir jovens saudáveis e em
forma. O Imperador tinha decidido ir para a guerra e estava a reunir tropas.
Mas, por o filho do agricultor ter uma perna partida, foi dispensado do serviço
militar." p.124
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